quarta-feira, 23 de julho de 2025

Escritor em Foco - Entrevista Mariana Ferreira - Lançamento " Que cheiro tem a casa da Vovó "


"Acredito que todas as histórias de vida são importantes e merecem ser contadas. Todo mundo deveria ter um diário — para registrar o que foi, o que está sendo e o que ainda será. Escrever é uma forma de guardar memórias para o futuro e de transformar o vivido em algo que possa tocar outras pessoas." Mariana Ferreira 


O cheiro do café coado pela manhã, da terra molhada depois da chuva, do bolo assando no forno — aromas que atravessam o tempo e nos levam de volta aos braços da infância. Em seu Novo Lançamento o livro "Que cheiro tem a casa da Vovó", a autora Mariana Ferreira nos conduz por um caminho delicado, onde cada palavra é uma janela para o pretérito, um abraço silencioso e uma homenagem ao passado. 

Mariana é Bacharel em Bibliotecononia e Ciência da Informação pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e  também formada em Pedagoga pel UNIVESP, e nesta entrevista, mergulhamos com ela em um universo feito de lembranças, sentimentos e raízes. 

Prepare-se para sentir o perfume das histórias que moram dentro da alma.


Julho de 2025
Por Deise do Vale
 


 1. Mariana, o título do seu livro é bastante sensorial e afetivo. O que te inspirou a escolher o nome “Que cheiro tem a casa da Vovó”?


Escolhi esse título porque sou uma pessoa muito sensorial — gosto muito de aromas, de cheiros. Uma das lembranças mais marcantes que tenho da casa da minha avó é o cheiro de fumo. Hoje quase não se usa mais, mas quando eu era criança, ela recebia a visita de uma irmã que vinha da Bahia e tinha o hábito de usar cachimbo. A casa inteira ficava impregnada com aquele cheiro, e isso me remete imediatamente a uma memória afetiva da infância.


2. O livro tem um tom nostálgico e delicado. Você se inspirou em memórias pessoais para compor a narrativa?


Sim, usei minha própria história como base. Eu queria escrever sobre plantas e pensei em como poderia conectar essa temática da natureza com os meus avós. A partir disso, nasceu o livro — que, embora não tenha saído exatamente como planejei, ficou muito bonito e verdadeiro.


3. Como foi o processo de escrita dessa obra? Houve algum momento marcante durante sua criação?


Foi um processo muito fluido. O texto saiu de uma vez só, naturalmente. Depois, fiz apenas alguns ajustes para adaptar ao público infantil — troquei algumas palavras, reestruturei trechos —, mas a essência veio de forma espontânea, quase como se já estivesse pronta dentro de mim.


Lançamento do livro "Que cheiro tem a casa da Vovó "


4. A obra parece resgatar sensações da infância. Qual é a importância da memória afetiva para você enquanto escritora?


É fundamental. Eu escrevo a partir do que vivo, sinto, observo. Por isso, em algum momento, era natural que eu escrevesse sobre memórias — sejam elas afetivas ou até dolorosas. Acredito que minha escrita sempre parte desse lugar: das experiências vividas ou sentidas.


5. Você acredita que esse livro pode dialogar com diferentes gerações? Qual público você tinha em mente ao escrevê-lo?


Inicialmente, escrevi pensando nas crianças, no público infantojuvenil. Mas, depois que o livro ficou pronto, percebi que quem mais se emocionou com a leitura foi o público adulto. Muitos adultos se reconhecem nas memórias evocadas, especialmente nas lembranças com os avós. Então, sim — acho que o livro estabelece uma ponte bonita entre gerações.


6. Quais elementos da figura da avó você mais quis preservar ou homenagear no livro?


Claro que há uma homenagem direta, mas também quis destacar a ancestralidade. Mostrar quem foram os meus avós — pelo menos a partir do meu olhar — é uma forma de apresentá-los aos meus filhos e de manter viva a memória dessas pessoas tão importantes. Acredito que todos nós precisamos contar, registrar e celebrar quem veio antes de nós e abriu caminhos.


7. Como você espera que os leitores se sintam ao ler “Que cheiro tem a casa da Vovó”?


Espero que se sintam acolhidos e que resgatem memórias boas da infância — com seus avós ou com qualquer pessoa que tenha cuidado deles de forma amorosa: uma tia, uma madrinha, uma vizinha querida. Que o livro desperte essas lembranças com ternura e afeto.


8. Este é seu primeiro livro ou já tem outras publicações? Pode contar um pouco sobre sua trajetória literária para que possamos te conhecer melhor?


Esse é o meu segundo livro. O primeiro se chama Uni’Verso em Diário, onde compartilho meu diário de 2017. Nele, falo do meu cotidiano e de algumas vivências pessoais. Além dos livros, tenho textos publicados em coletâneas e na revista digital Mães que Escrevem. Sempre escrevo sobre minhas experiências, sentimentos e percepções do mundo ao meu redor.


9. Como é sua rotina de escrita? Você tem costumes ou hábitos específicos?


Não tenho uma rotina rígida. Escrevo quando sinto necessidade. Às vezes é no papel, às vezes no digital. Mantenho o hábito de escrever diários, mesmo que com menos frequência, e também crio textos soltos — alguns compartilho, outros guardo para um momento mais oportuno.


10. Que autores ou obras influenciam seu trabalho literário?


Gosto muito de escritoras que escrevem sobre suas vivências, como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Carolina Maria de Jesus e Sandra Santos — que também é minha parceira na Academia de Letras. Admiro muito o Sacolinha, autor aqui do Alto Tietê, que narra com muita sensibilidade a vida cotidiana. E, claro, não posso deixar de citar Chimamanda Ngozi Adichie, que me inspira com sua escrita potente e pessoal.


11. E para encerrar: que conselhos você daria para quem deseja transformar suas memórias em literatura?


Acredito que todas as histórias de vida são importantes e merecem ser contadas. Todo mundo deveria ter um diário — para registrar o que foi, o que está sendo e o que ainda será. Escrever é uma forma de guardar memórias para o futuro e de transformar o vivido em algo que possa tocar outras pessoas.





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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Escritor em Foco - Entrevista Nilza Amélia a "Madrinha da Academia de Letras de Itaquaquecetuba "


"Só se pode transformar a dor e a tristeza em arte e beleza se tivermos a sensibilidade de valorização e empatia." Nilza Amélia


17 de Julho, 2025
Por Deise do Vale 


Nilza Amélia é educadora, escritora e madrinha fundadora da Academia de Letras de Itaquaquecetuba (ALI). Natural do Piauí e radicada em São Paulo, sua trajetória de superação pessoal e acadêmica é marcada por uma fé inabalável e dedicação à educação. Licenciada em Letras e Pedagogia, com especialização em Docência do Ensino Superior, atuou em diversas instituições públicas e privadas, incluindo a UFPI, UESPI e atualmente a Univesp.

Criadora da Oficina de Escritores durante a pandemia, foi peça fundamental na fundação da ALI. Reconhecida por seu engajamento cultural e social, é autora de diversas obras infantis e infantojuvenis que abordam temas como inclusão, valores, diversidade e espiritualidade. Sua produção literária reflete sensibilidade, compromisso com a transformação social e profundo respeito à fé cristã, que inspira também seus projetos missionários e educacionais.

Nilza é daquelas mulheres raras que transformam dor em poesia, desafios em oportunidades e palavras em instrumentos de cura. Seu exemplo ecoa não apenas nas salas de aula ou nas páginas dos livros, mas nos corações de todos que cruzam seu caminho. Com coragem, empatia e um amor profundo pela palavra, ela nos ensina que a literatura pode, sim, ser um ato de fé — e que escrever é, muitas vezes, uma forma de orar com a alma desperta.


1. Para início de nossa conversa, poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória pessoal e formação, e como esses elementos influenciaram sua atuação atual?

  Minha trajetória pessoal a considero um milagre de Deus, repleta de desafios e conquistas surpreendentes. Pais alfabetizados funcionais migraram do Piauí para São Paulo com suas duas filhas. Meu pai teve dificuldades em concretizar minha matrícula escolar devido à minha saúde precária, gagueira e hiperatividade. Paradoxalmente, foi nesse contexto desafiador que encontrei uma educadora que acreditou em minhas habilidades emocionais, cognitivas e psicológicas, investindo no meu potencial de aprendizado e na superação de dificuldades. 

Obtive êxito, tornando-me uma das melhores estudantes e seguindo o exemplo dessa educadora excepcional que mqrcou minha trajetória. 

Concluí duas licenciaturas (Letras e Pedagogia) e uma especialização lato sensu em Docência do Ensino Superior, dentre outras. Atuei em universidades públicas e privadas (UFPI, UESP, etc.) e em todas as etapas da Educação Básica. Atualmente, sou professora municipal do Ensino Fundamental I em Itaquaquecetuba e professora do Ensino Superior, mediadora e orientadora de Projeto Integrador na Univesp.


2. Como surgiu sua relação com a Academia de Letras de Itaquaquecetuba, e de que forma recebeu o título de Madrinha da instituição? Qual o significado desse título para a senhora?

A Academia de Letras de Itaquaquecetuba (ALI) surgiu a partir de um grupo denominado Oficina de Escritores, idealizado e criado por mim durante a pandemia de Covid-19. Esse movimento coletivo propiciou resultados extraordinários, culminando na publicação de treze livros. Posteriormente, com o respaldo das Secretarias de Cultura e da Educação e a participação ativa de diversos escritores da cidade, foi então instituída a Academia de Letras de Itaquaquecetuba - ALI.

Já o título "madrinha" foi atribuído devido à minha impossibilidade de assumir a presidência da Academia de Letras de Itaquaquecetuba (ALI) por ser funcionária pública. Desse modo, minha irmã Inez, que acompanhou minha trajetória literária, sendo ela também escritora e promotora da cultura letrada, veio a ocupar essa posição fundamental, viabilizando assim a fundação da Academia. Esse título representa honra, responsabilidade e comprometimento com os valores da instituição.


3. A senhora é reconhecida por seu engajamento em diversas ações dentro da Academia. Quais projetos destaca como mais significativos e por quais razões?

 A Academia de Letras de Itaquaquecetuba (ALI) tem realizado grandes projetos mesmo neste pouco tempo de existência. Seus acadêmicos, através de Comissões e Conselhos, junto à Diretoria Executiva (DE), têm alcançado êxito em muitos projetos de grande relevância social e cultural. Isso não se pode atribuir apenas à presidência ou à madrinha da Academia, mas a uma estrutura hierárquica de cooperação, coordenada e alinhada estrategicamente para garantir que os objetivos primordiais da ALI, que consistem em fomentar e incentivar a leitura e a escrita, valorizem a Língua Portuguesa e a literatura brasileira. Os projetos com maiores divulgações sociais incluem o I CONCURSO DE POESIA (em andamento), Boteco Literário, Antologia "Sou da Paz" e a Coletânea "Minhas Palavras". No entanto, os projetos de maior significado, para mim, são os trabalhos intensivos nas escolas, nas ruas e nas feiras literárias apoiando novos escritores através de palestras, oficinas e publicações de livros, tanto para estudantes quanto para a sociedade em geral, cumprindo o papel social da nossa ALI.


4. Como escritora, quais foram seus primeiros passos na literatura? O que motivou o início de sua produção literária?

Como escritora meu primeiro passo foi em 2009 com uma obra religiosa "Mensagens Biblicas e Reflexões" com uma abordagem mais teológica e de orientação espiritual, não a considero literatura, já que lhe faltou a preocupação com a estética e estilo, mas foi um início. Já em 2014, como coordenadora de escola, pude realizar dois trabalhos literários com os estudantes de Ensino Fundamental e EJA, na oportunidade, promovemos o protagonismo na escola, a fluência leitora e produção textual potencializando o aprendizado. 

Apenas em 2021, período de pandemia, Covid-19 surge no cenário literário as minhas primeiras obras verdadeiramente, com o intuito de uma comunicação que transcendesse o tempo e o espaço, criando mundos imaginários e explorando temas e ideias. De fazer o leitor, num momento de tristeza, sentir profundamente as emoções e as experiências, transformar a dor em beleza e concretizar a escritora em poetisa, cronista e autora em vários gêneros de faixa etária diferentes: infantil, infantojuvenil e universal. Grandes lançamentos aconteceram na cidade, o primeiro no auditório da Universidade de Guarulhos- UNG e posteriormente, na BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO do Rio de Janeiro, oportunidade adquirida como cortesia, pelo livro ser considerado de qualidade para o público infantil, repetindo-se nos anos seguintes.

                     Momentos de autógrafos e lançamentos da escritora (Foto Divulgação)


5. Quais são os principais temas e gêneros abordados em suas obras? Poderia compartilhar brevemente sobre seus livros ou publicações mais relevantes?

Minhas obras se concentram em temas como: família, amor, diversidade, inclusão, valores, experiência de vida e outros assuntos sobre "background" pessoal.

Principais obras: 

- Liga da natureza - os elementos da natureza viram heróis e livram a Terra do COVID-19 

- Quem sou eu? - a fantasia o lúdico e o jogo de palavras para encantar a educação infantil Zeca o jogador N⁰ 1- o sonho de todo menino é se tornar um fenômeno do futebol, emoção e muita criatividade numa trama que canta e emociona 

- Meu amigo Dino - Desejado por toda criança a aventura de um dinossauro, uma relação de amizade e respeito a natureza Minha escola é show - experiências no ambiente escolar para vida. A escola que transforma, a literatura que encanta

- Porque sim! Por que não! - de uma sensibilidade ímpar o sonho e a esperança dos retirantes do nordestino em busca de melhoria de condições em São Paulo. A separação para viver uma nova experiência riqueza de diversidade linguística, cultural e social.

- A bicharada - a aliteração, palavra dentro de palavra, rimas, a fantasia e muita ludicidade. 

- As aventuras de Baby - um cachorrinho que viveu grandes aventuras através de um sonho para saber valorizar as relações familiares e respeitar as diferenças sociais. As crianças vão se divertir, emicionar e aprender a respeitar família, contextos e amigos.


6. De que maneira a fé cristã influencia sua escrita e sua atuação cultural e comunitária?

Escrevo vários gêneros, assuntos diferentes para públicos distintos e com propósitos diferentes, e cada um com recursos e linguagem apropriada. Isso faz com que o livro chegue nas mãos certas com maior aceitação. O escritor tem que ter foco e domínio do gênero o qual deseja discorrer. Minha fé e influência cristã me encoraja a produzir um repertório infantil e universal. Para as crianças, sou criadora do projeto "Pequenos Escritores " textos escritos a base de histórias biblicas de acordo com a linguagem de cada autor infantil. Treze livros já foram publicados, tendo a finalidade de reverter toda a verba para missões/obras sociais tanto locais como em estados do nordeste e até Moçambique/África. Minha participação se resume na colaboração, produção e divulgação dos livros, contando também com o apoio da igreja (Igreja Evangélica Pentecostal Nova Filadelfia), meu ministério. Esforço- me para que a apreciação de cada obra seja universal alcançando a todos.


7. A senhora acredita que é possível conciliar plenamente espiritualidade e produção artística? Em sua experiência, como esse equilíbrio é construído?

Sim, com certeza.  

A minha fé não é contraditória, assim como também minha produção artística, cultural ou social. Minha inspiração espiritual que é Deus, é a fonte de motivação das minhas produções quaisquer que sejam, pois leva-me a explorar temas de muitos gêneros abordados e a busca constante de significados. Com a arte expresso minha vivência e jornada, tenho a liberdade de criar e recriar conceitos em figuras de linguagens, ideias complexas e subjetivas. Isso pode ser tanto na literatura, na música ou em qualquer expressão artística. O meu equilíbrio está no respeito à diversidade, a busca sobre a condição humana e a visão de cada um por conexões significativas.


8. Como vê o papel das mulheres cristãs no meio literário contemporâneo, especialmente em ambientes acadêmicos e culturais?

A mulher cristã como qualquer outra, possui suas particularidades, modos diferentes de ver e analisar o mundo e isso faz parte dentro de muitas visões, conceitos, teorias e conjecturas. O que precisa é ter uma mente aberta, capaz de conviver com todos respeitosamente. O que se precisa adquirir neste mundo contemporâneo, dinâmico e global é o conhecimento, uma perspectiva única e original, perceber a beleza na natureza e na vida. O conhecimento e a sua aplicação de forma crítica e responsável diz-se respeito ao bem-estar e a sobrevivência do povo. O texto bíblico, em Oseias declara: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento ". Conhecimento esse que estende às leis de Deus e seus caminhos, como em sentido amplo, a compreensão e conhecimento em todas as áreas fundamentais para tomada de decisões. Os homens, na biblia, que proferiram sua fé pessoal, foram os que mais se dedicaram a prosseguir a conhecer: o Criador e outros assuntos; científicos, acadêmicos, culturais e linguísticos de sua época. Puderam trilhar os seus objetivos tendo o discernimento de suas convicções.


9. Em sua atuação como mulher cristã dentro de uma instituição literária e cultural, a senhora já enfrentou resistência ou preconceito por manifestar abertamente sua fé em ambientes acadêmicos e artísticos?

 Até o momento não sofri nenhuma resistência, mas isso não significa que estou imune a qualquer reação. O que tenho certeza é que nenhuma instituição de qualquer natureza, quer seja cultural, artístico ou científico mudará minha convicção de fé pessoal. O meu Deus é criador, o princípio e o fim; o alfa e o ômega. E se algum valor desagrega ou desabona o meu pensamento, com resistência, esse não me acrescenta e não serve para mim. O nosso Brasil é rico em diversidade cultural e religiosa e torno a repetir: para uma convivência pacífica e harmoniosa, o respeito é o limite. Ainda que o homem natural não compreende as coisas espirituais, por discernir espiritualmente, precisamos ter um culto racional. ( ref. Biblicas). Só se pode transformar a dor e a tristeza em arte e beleza se tivermos a sensibilidade de valorização e empatia. E nada é por "força ou violência " mas pelo amor infinito de Deus.


10. Há quem defenda que literatura e religião devem permanecer separadas para garantir a liberdade criativa e crítica. Como a senhora encara essa perspectiva, sendo uma escritora confessional?

Não vejo desse modo, temos muitos Best- Sellers que versou entre o religioso e a literatura como o autor Max Lucado, seus livros são cotados em pesquisas como os mais vendidos e lidos em vários idiomas. Sua temática cristã Evangélica aborda o amor infinito de Deus, a fé e a inspiração espiritual tem atraído muitas pessoas independente de suas crenças e dogmas. Minha vida é tranquila a esse respeito, expressar a condição humana e as experiências individuais e coletivas fazem parte da liberdade dos autores de diferentes culturas, épocas, ideias e emoções, isso tudo é o que compõe as muitas culturas que só o nosso país têm.


12. Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos novos escritores e às pessoas que acompanham o trabalho da Academia de Letras de Itaquaquecetuba?

Aos novos escritores, se quiseres criar um mundo imaginário e explorar temas e ideias independentemente do gênero, sem preconceito de qualquer natureza, procure a Academia de Letras de Itaquaquecetuba- ALI, pois estaremos prontos para ajudá-lo. Convido toda comunidade itaquaquecetubense e em geral para que possa nos seguir nas redes sociais e em nossas ações presenciais. Nossa visibilidade como protagonistas da cultura letrada tem só crescido. Nossos objetivos enclui você de todas as idades que busca entretenimento, conhecimento e muita diversão que promove transformação social, preservação do vernáculo, da cultura e a história de nosso povo.

                        Crianças alcançadas pela literatura (Foto Divulgação)





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terça-feira, 15 de julho de 2025

Itaquaquecetuba celebra seus novos Imortais da Academia de Letras: vozes da educação, cultura e fé eternizadas em cadeiras históricas

Em solenidade marcada por emoção, reconhecimento e compromisso com a cultura literária, a Academia de Letras de Itaquaquecetuba anuncia a posse de quatro novos membros imortais. As cadeiras 52, 53, 54 e 55 passam a ser ocupadas por nomes que representam o vigor intelectual e a diversidade de trajetórias que compõem o panorama cultural da cidade. 


Os novos acadêmicos foram escolhidos por meio de processo criterioso que incluiu votação e avaliação de trajetória, destacando a relevância de cada integrante para a promoção da literatura, educação e cultura. A diretoria anunciou através de informe oficial nas redes sociais e site oficial, os novos acadêmicos escolhidos. 


Cadeira 52 – Deise do Vale

Atingindo o primeiro lugar como a figura pública mais votada para integrar a Academia de Letras de Itaquaquecetuba, Deise do Vale é cristã, cantora,compositora, e produtora musical. Nascida em Toledo - PR em Maio de 1984, é casada, mãe, e reside há 14 anos em Itaquaquecetuba-Sp. Desde os 8 anos de idade, sempre foi envolvida com o meio musical iniciando seus estudos na área muito cedo através do estudo de instrumentos de sopro participou de grupos musicais e orquestras, porém veio a destacar- se mais na área do canto popular sendo premiada em festivais regionais música, e devido ao talento vocal, foi escolhida exclusivamente para gravar o hino municipal de sua cidade natal marcando também história cultural local. Hoje, dedica sua voz à música cristã, e atua como cantora gospel desde 2008, participando de eventos em todo o país. 

Em 2011 recebeu seu primeiro convite internacional, levando a mensagem em forma de música, para Paris - França, abrindo assim sua agenda internacional atingindo países como Inglaterra, Uruguai e outros. 

A cantora tem 4 álbuns lançados, mais de 100mil ouvintes no Spotify, onde suas músicas são acessadas/tocadas mensalmente em mais de 120 países como Estados Unidos, Dinamarca, Angola, Japão, Suíça, Alemanha entre outros. Hoje, além da vida artística, Deise do Vale é estudante de Psicologia e tem 6 livros em andamento para publicação, sendo 5 deles infantis de cunho Psicopedagógico, e 1 de poemas e canções com lançamento previsto em breve. Atua na rede municipal de ensino e é idealizadora de projetos como "Biblioteca Especial" e "PAS", onde desde 2024 crianças em situação de vulnerabilidade socioeducativa vêm sendo alcançadas. O "Programa de Acolhimento Socioemocional - PAS ", visa acolher e dar suporte à crianças que apresentam baixo rendimento escolar devido os mais diversos contextos de vulnerabilidade e/ou situações de risco à vida.

A cantora consolida-se como uma ponte entre a arte, a fé e o compromisso social.



Cadeira 53 – Sirley José Mendes da Silva

Sirley José Mendes da Silva, nasceu em 15 de fevereiro de 1943, em Barra do Piraí, RJ. É Doutor em Letras pela USP, Mestre em Comunicação e Semiótica, pela PUC-SP, Especialista em Produção, Análise e Interpretação de Texto, 

pela Uni'Santanna, SP. Formou-se também como Especialista em Literatura Portuguesa (Neorrealismo) pela UMC - Mogi das Cruzes, SP e também é Licenciado em Letras, pela UNIVAP, São José dos Campos, SP. Dedicou-se ao Magistério durante 48 anos, lecionando nos níveis de ensino fundamental e médio, e também em graduações epós-graduações.

Hoje, aposentado, dedica-se a ler, escrever e aprender, e principalmente, desaprender e reaprender.

Sua entrada na Academia representa a solidez da tradição intelectual aliada ao frescor da renovação contínua do pensamento.



Cadeira 54 – Alessandra Marques Dias

Educadora apaixonada pela formação humana e literária, Alessandra Marques Dias é professora, escritora e pesquisadora com trajetória voltada à inclusão, à ludicidade e ao desenvolvimento de metodologias significativas de ensino. Formada em Pedagogia, com especializações em Educação Especial, Educação Inclusiva e Neuropsicopedagogia, tem se destacado por projetos inovadores que aliam criatividade e aprendizado, especialmente no ensino de matemática nos anos finais do fundamental. Autora de obras como "Um projeto, muitas ideias" e "As vozes das/dos docentes na humanidade digital", Alessandra acredita que educar é um ato de amor, inspiração e transformação social. Sua presença na Academia reforça o elo indissociável entre literatura, pedagogia e justiça educativa.



Cadeira 55 – Silvia de Toledo Silva

Silvia de Toledo Silva, nasceu em 07/01/1955, na cidade de São Paulo, estado de São Paulo. Em 1974, se formou Professora de Educação Básica I. Casou-se em 1973 com Alfredo Silva Neto, estando casada há quase 52 anos, união essa que frutificou em 03 filhos, 03 noras, 02 netas, 01 neto.Graduou-se em Pedagogia em 1984, pela Faculdade de Ciências e Letras Geraldo Rezende e em 1985, especializou-se em Supervisão Escolar, pela mesma Faculdade; Em 1997, especializou-se em Psicopedagogia pela Universidade Braz Cubas, onde cursou a Pós-Graduação Lato Sensu, recebendo o Título de Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação em 2002; Em 2008, foi aprovada para a Pós-Graduação Stricto Sensu, recebendo o Título de Doutora em Educação: Currículo em 2013 pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atuou na área educacional como Professora, Coordenadora Pedagógica, Vice-Diretora de Escola de Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio, Diretora de Creche; Professora de Ensino Superior nos Cursos de: Pedagogia, Letras, Educação Física, Enfermagem e Coordenadora do Curso de Pedagogia. Participou em Congressos Nacionais e Internacionais, apresentando Trabalhos de Pesquisa Científica. Desde 2020, é escritora com 21 publicações, sendo 1 Livro Devocional, 2 Livros Técnicos em Pedagogia, 17 Livros de Histórias Infantis e 1 Livro de Poesias, além de participação em 03 Livros de Coletâneas de Poesias, sendo Membro da Academia Independente de Letras Ordem Literária Scriptorium e agora, ingressante na Academia de Letras de Itaquaquecetuba.

Com 45 anos de dedicação à educação, Silvia de Toledo é um exemplo de trajetória marcada pela excelência acadêmica e pelo compromisso ético com a formação integral. Silvia agora integra a Academia de Letras de Itaquaquecetuba, onde seu legado educacional e literário será perpetuado entre os grandes nomes da cultura local.


A  cerimônia de posse ocorreu no mês de Junho de 2025 e a chegada desses quatro novos membros não apenas enriquece a Academia, como também projeta Itaquaquecetuba no cenário cultural com figuras de sólida contribuição intelectual, artística e social. 

A nomeação reafirma o papel das Academias de Letras como espaços de memória, ação e diálogo, onde a literatura é celebrada como ferramenta de transformação.




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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Escritor em Foco - Entrevista Lidiane Weiler a "Boneca Colinda"

"O livro não é rico pela capa, mas pelas palavras que são o seu tesouro."Lidiane Weiler


10 de Julho de 2025
Por Deise do Vale, Sp


Lidiane Majolo Weiler de M. Souza é natural do interior do estado do Rio Grande do Sul, e atualmente reside na cidade de Mogi das Cruzes- SP. Casada, mãe e formada em Pedagogia, Artes, Psicopedagogia, Teatro e Música, é Acadêmica na Academia de Letras de Itaquaquecetuba- ALI, tendo como patrono Mario Quintana. Faz parte também da academia de letras do Rio de janeiro- RJ- ALARJ, tendo como patronesse Barbara Delinski.

A escritora é autora de 18 poemas, 16 contos musicais e também criadora da personagem "Colinda" de seu livro "O Surgimento de Colinda", que recentemente, em entrevista, foi destaque na TV Diário filiada da Rede Globo de Televisão.

Colinda canta e encanta - Eu sou diferente - Diz ela. 

Participante das coletâneas "A infância em versos" e " Sou da Paz" e ocupando a cadeira número 43 da Academia de Letras de Itaquaquecetuba, Lidiane Weiler é nossa entrevistada de hoje.


             Foto Divulgação 

O Blog - Qual foi a inspiração principal para escrever este livro, e como surgiu a boneca Colinda ?

Escritora - Sempre fui uma sonhadora, com diversas ideias para criar brincadeiras e divertimentos. Eu sempre pensava em criar algo fantástico, como do Circo de Soleil, com uma música, sons da natureza e a alegria das pessoas, tudo isso me serviu de inspiração e observação. Fiz uma junção de várias inspirações, um pouco da Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo, um pouco de conto de fadas, um pouco dos palhaços do circo de soleil, que interpretam através de mímicas sem falas, algo alegre, achei tudo isso fantástico!


O Blog - Sua caracterização marca o ambiente por onde passa. Conte-nos como foi o processo para chegar a esta caracterização:

Escritora - A natureza sempre fez parte das minhas inspirações e com isso, tive ideias de magia, palavras e rimas. Lembro-me que cada detalhe foi pensado e pesquisado. O livro procurou trazer sentimentos observando a vivência das pessoas, mostrando superação, conquistas e principalmente, demonstra que cada um tem algo em especial, que é capaz de criar, inventar uma brincadeira, uma história, um projeto de vida, um conto de fadas.


O Blog - Quanto tempo levou desde a ideia inicial até a publicação da obra?

Escritora - Poucos meses. Antes de ver a possibilidade de publicar era apenas um sonho. Porém, quando surgiu a oportunidade para publicação, tudo se concretizou com rapidez.


O Blog - Qual foi o maior desafio durante o processo de escrita?

Escritora - Atingir o sentimentos e atenção de um público muito exigente, que são as crianças e os adolescentes. A história também é estória e tem diversos pontos de vista a serem repensados por adultos. O livro é rimado, então requer mais ainda pesquisa de palavras, algumas vezes complexas ao cotidiano.


O Blog - O livro carrega alguma experiência pessoal sua, ainda que disfarçada na ficção?

Escritora - Muito! Tive uma trajetória muito difícil em minha vida, porém sei que tudo isso teve um propósito a ser passado adiante com poesia, motivação e magia.


O Blog - Como é sua rotina de escrita? Você tem rituais ou hábitos específicos?

Escritora - Preciso de paz e silêncio. Música, somente instrumental e calma, mas o que é preciso demais, é sentar embaixo de uma árvore para escrever.


O Blog - Está trabalhando em novos projetos?

Escritora - Além do lançamento da obra "Coringa" (em parceria com a escritora Carolina Cristalina) que relata o primeiro dia de aula de uma criança autista, tenho mais 9 livros aguardando publicação.


O Blog - Além de escrever, o que te inspira ou te move no dia a dia?

Escritora - Tudo que tenho! O amor do meu filho e meu esposo, o afeto pelos meus pets, até mesmo o carinho pelo com as minhas plantas. A fé e tudo que Deus criou, são fatores que servem de motivação para me manter diante da dura realidade do mundo. Se cada um valorizasse algo que tem, o mundo seria muito melhor!


O Blog - Deixe algo para inspirar alguém que está iniciando na escrita literária. Que conselhos daria para escritores iniciantes que sonham em publicar um livro?

Escritora - Nunca desista de seus sonhos. O livro não é rico pela capa, mas pelas palavras que são o tesouro . Não há necessidade de grandes contextos, mas sim de riqueza em cada verso. Lembrando o menos é mais!


                                         
                                   Lidiane Weiler em entrevista para TV Diário/Rede Globo.





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Destaque

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